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É melhor já ir lamentando: Miss Bumbum Trans desiste de apoiar Bolsonaro

Chico Barney

01/08/2018 22h38

Candidato segue com dificuldades para construir alianças políticas (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)

Cacau Oliver, o Don King das subcelebridades, garantiu que o "Miss Bumbum" 2018 será a derradeira edição do concurso que lançou figuras proeminentes na cultura popular, como Andressa Urach e Babi Muniz. Mas a tradicional disputa não se despedirá sem deixar novos estragos na cabeça da audiência cativa.

Em nota divulgada ontem pela mais fascinante assessoria do shwobiz, ficamos sabendo que 12 das postulantes ao cargo apoiam a candidatura de Jair Bolsonaro para presidente da república. Vejamos alguns trechos da obra.

"Gosto das propostas dele, inclusive na parte em que a população de bem deve ter o direito de se armar" diz a representante do Espírito Santo, Cássia Almeida.

Torço para que Cássia tenha pensado em "direito de se amar" quando deu essa declaração.

O apoio da candidata Paula Oliveira, transexual e representante do Amazonas surpreendeu o seu público, visto as últimas declarações do Bolsonaro em relação ao preconceito com o público LGBT. "Já ouvi muitas coisas ruins dele, mas acredito que isso não passa de boatos. Quero o melhor para o meu país".

Bom, é um país livre. Pelo menos enquanto outubro não chega.

(Foto: Divulgação)

De qualquer forma, Paula Oliveira não suportou a pressão depois de tão contundente apoio ao Bolsonaro. Claro que o argumento utilizado não ajudou muito – ela basicamente afirmou que só conhece coisas ruins a respeito dele, mas apoia por acreditar que só ouviu mentiras.

Não demorou sequer 24 horas até que resolvesse celebrar a fluidez de suas convicções políticas, conforme nota enviada pela Assessoria Maravilha de Cacau Oliver.

Arrependida, Paula Oliveira pede desculpas a comunidade LGBT  e declara aos seus fãs a retirada do apoio ao candidato mais polêmico das eleições presidenciais 2018. "Não pensei nas consequências que teria ao participar do ensaio. Tirei a foto por impulso e agora estou arrependida", conta.

Mas a história fica ainda mais interessante quando descobrimos que existe outra transexual disputando o Miss Bumbum deste ano – e essa nunca apoiou o falastrão capitão reformado do Exército.

"Me recusei a participar do ensaio desde o primeiro momento. A pauta era sobre política e quem apoiávamos. Pode ser que ela não tenha entendido direito", fala Giovanna Spinela, outra candidata transexual do concurso atual e representante do Rio Grande do Norte.

Giovanna demonstrou sororidade ao intuir que Paula poderia ter se confundido ao segurar o cartaz de apoio ao Bolsonaro. Realmente pode acontecer.

Debate sobre política balança o Miss Bumbum (Foto: Divulgação)

Independente do que aconteça no pleito que definirá os rumos do país, o importante é que em breve descobriremos quem será a derradeira Miss Bumbum. Mas confesso que estou curioso para saber quem é a favorita de Bolsonaro na disputa. Espero que os jornalistas da GloboNews abordem o assunto durante a sabatina marcada para sexta-feira.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.

Sobre o autor

Entusiasta e divulgador da cultura muito popular. Escreve sobre os intrigantes fenômenos da TV e da internet desde 2002