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Heraldo Pereira e José Roberto Burnier ainda estão devendo na GloboNews

Chico Barney

29/10/2018 18h53

Foto: Reprodução

Dentre as novidades que a GloboNews apresentou para reforçar a programação durante as eleições, as chegadas de Heraldo Pereira e José Roberto Burnier ao canal por assinatura estiveram entre as mais festejadas.

Profissionais de irretocável trajetória nas trincheiras do bom jornalismo, surgiram com efeito para as melhores expectativas. Coube a Pereira cobrir o vácuo deixado no "Jornal das 10", principal atração da emissora, graças à ida de Donny de Nuccio e Renata Lo Prete para o sinal aberto da Globo. Burnier comanda uma maratona matinal de 3 horas seguidas no "Em Ponto".

Infelizmente estão deixando a desejar nas novas funções.

Crooner

Heraldo Pereira comandou debates diários com o principal time de comentaristas da casa durante a maior parte das eleições. Na função de mediador, mostrou uma afetação curiosa. Não conseguiu dar fluidez aos eventos, chegando até mesmo a parecer mais um obstáculo do que o organizador de tantas vozes.

A quantidade de chavões e frases feitas para apresentar um colega ou introduzir novos assuntos lembraram Armando Volta da "Escolinha do Professor Raimundo", que divertia as crianças com uma enorme lista de bordões em suas considerações iniciais.

De tão performático, Pereira chega ao fim da festa da democracia pronto para encenar algum espetáculo da Débora Colker.

Tio do Pavê

Burnier ficou muito marcado por longas coberturas como a luta de José Alencar pela própria vida. Sempre que vejo seu rosto na telinha, espero encontrar o portão do hospital Albert Einstein em algum canto. Respeitoso, sério e compenetrado nas reportagens do Jornal Nacional, está tentando estabelecer uma persona bem humorada como apresentador. Não parece ter encontrado o tom até agora.

Com pouca objetividade, sua condução é mais ruído do que informação. Ainda falta timing e carisma para que consiga se aproximar de profissionais que sempre gastaram o verbo até chegar nas vias de fato, como José Luiz Datena e o saudoso Marcelo Rezende.

Durante a longa jornada das apurações do segundo turno, chegou a ser irritante com tantos desvios, como se estivesse cobrindo um festival no Multishow. Destoou de sua parceira Aline Midlej, que evitou distrações e focou o tempo todo no que interessava ao público.

 

Por se tratar de dois profissionais do mais alto gabarito, espero que tenham tempo para a correção dos excessos. Por um jornalismo televisivo com menos microfonia.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.

Sobre o autor

Entusiasta e divulgador da cultura muito popular. Escreve sobre os intrigantes fenômenos da TV e da internet desde 2002