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Conheça os pontos negativos do elogiado talk show de Tatá Werneck

Chico Barney

20/11/2018 20h15

Foto: Reprodução

"LADY NIGHT" é uma dessas unanimidades extremamente inteligentes. Todo mundo gosta do talk show de Tatá Werneck –e trata-se de um consenso muito coerente.

A terceira temporada do programa traz a apresentadora ainda mais à vontade no papel de interlocutora das maiores celebridades do elenco da Globo, além das divertidas interações com os "especialistas" que enriquecem o conteúdo de cada episódio.

Mas a imprensa não gosta de ver gente rica e famosa curtindo o próprio sucesso de maneira incólume por muito tempo.

Com o mais mesquinho dos intuitos, a equipe responsável pelo Blog do Chico Barney fez uma intensa análise para encontrar pontos negativos na atração que está bombando de segunda a sexta no Multishow.

INTRODUÇÃO DOLOROSA

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A atração conta com alguns dos mais importantes roteiristas da atualidade. No time principal, encontram-se os hábeis Flávia Boggio, Caíto Mainier (do "Choque de Cultura") e Franco Fanti (irmão do Fausto, que liderava o "Hermes e Renato" e foi o mais importante humorista do período posterior à redemocratização). A própria Tatá vai além do papel de performer e é uma autora igualmente genial.

Mas os segmentos de abertura do "Lady Night" não estão nem próximos da qualidade do programa. Costumam ser pouco inspirados, eventualmente forçados e muitas vezes constrangem em vez de preparar o espírito para os mais de 40 minutos ininterruptos de bom humor. Dos episódios exibidos até aqui na corrente temporada, absolutamente nenhuma introdução chegou a ser boa.

NOJEIRA COMO IDEOLOGIA

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Se evita questões factuais em nome de uma maior longevidade, Tatá faz questão de fazer piadinhas da quinta-série e trazer à tona muita baixaria com seus ilustres convidados. É um jeito criativo e inovador de lidar com os globais, figuras acostumadas a transgredir apenas quando fritavam bolinhos de carne no pouco saudoso "Estrelas" com Angélica. Mas acaba repetitivo quando comentários sobre fluidos corporais surgem como muleta em todo episódio.

FLERTE FATAL

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A repetição de esquemas matemáticos em busca do riso descompromissado é um trunfo muito mais sofisticado do que parece. Se "Lady Night" fosse exibido ao longo de 25 semanas no ano, com maior espaçamento, creio que o incômodo com as paqueras de Tatá com os convidados bonitos seria menor. Mas estamos falando do elenco da Globo. As pessoas costumam ser muito atraentes na região de Curicica.

Duvido que tanta gente consiga lembrar de sintonizar no Multishow às 22:30 todo santo dia, o que significa que parte da audiência prestigia por outros meios, com a oportunidade de assistir vários episódios na sequência. As mesmas anedotas repetidas várias vezes em um mesmo fim de semana enfraquecem o produto. Mas a culpa pode estar mais na estratégia de exibição do que na concepção artística do programa em si.

Claro que nenhum desses pontos chega a ofuscar o brilho deste que é o melhor programa atualmente no ar, talvez empatado com "De Férias com o Ex". A ansiedade agora é para entender como "Lady Night" chegará na programação da TV aberta a partir de janeiro de 2019, com edições das duas primeiras temporadas.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.

Sobre o autor

Entusiasta e divulgador da cultura muito popular. Escreve sobre os intrigantes fenômenos da TV e da internet desde 2002