Masterchef acelera o próprio fim ao enfrentar as Videocassetadas do Faustão
Como aquele personagem de "Watchmen", a famosa série de quadrinhos que deu origem a um filme ruim e uma vindoura série da HBO, faço questão de empunhar um cartaz com uma mensagem para os fãs de "Masterchef": o fim está próximo!
A decisão de trocar o dia do programa não é intrinsecamente ruim. A terça-feira é um dos poucos dias em que a Globo costuma oferecer boas opções o ano inteiro, vira e mexe ainda tem alguma coisa na Record, eventualmente sobra até o um futebolzinho na TV fechada.
Não sei se domingo era a melhor escolha, mas vá lá: a Band teve boas experiências com todos aqueles anos em que o "Pânico" foi uma das melhores audiências e faturamentos da casa.
Então estamos bem combinados que, por mais que seja um caminho pitoresco, sair da terça e se enfiar no domingo não era a pior coisa do mundo.
Só que ontem anunciaram que a nova temporada do "Masterchef" entrará no ar às 20 horas. É uma ótima decisão, caso a diretoria da emissora esteja pensando em acelerar a viagem do formato rumo ao oblívio.
Trata-se um horário bastante concorrido nos lares brasileiros. Coincide com o começo do Silvio Santos no SBT, pega o começo do "Domingo Espetacular" na Record e também o embalado "Encrenca" na RedeTV!.
Mas o mais grave é a loucura de jogar um programa desses como opção à hora final do "Domingão do Faustão", que costuma ser a baliza da audiência de cada semana. É quando temos a reta final dos grandes quadros, como "Ding "Dong", "Show dos Famosos" ou "Dança dos Famosos", além das imperdíveis "Videocassetadas".
Difícil entender qual a estratégia por trás dessa mudança. Para citar novamente a obra seminal de Alan Moore, questiono: quem está cozinhando os cozinheiros?
De qualquer forma, é importante notar que "Masterchef Profissionais" de 2018 teve minguados 3,9 pontos de média. Considerando que cada ponto no Ibope é equivalente a cerca de 200 mil pessoas em São Paulo, estamos falando de menos de 800 mil pessoas por episódio, quase metade em relação à primeira edição.
Enquanto a TV perde relevância, o YouTube só cresce: cada vídeo teve entre 1,5 milhão e 2 milhões de visualizações na plataforma de vídeos –mais que o dobro da Band.
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
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