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Noticiário político abafa verdadeira crise: Paula Toller cantando Chorão

Chico Barney

30/03/2019 15h25

Tão natural quanto a luz do dia? Há controvérsias (Imagem: Reprodução)

Faz alguns anos que o Brasil encontra-se em situação inviável graças a diferentes escândalos pipocando diariamente no noticiário político. Acaba sobrando pouco espaço nas mentes e corações do povo para discutir o que realmente importa, como a versão que Paula Toller fez para "Céu Azul", clássico da saudosa banda Charlie Brown Jr.

Para quem não se lembra, um rápido contexto geral das coisas. Charlie Brown Jr era o conjunto musical liderado por Chorão, que infelizmente veio a óbito em uma trágica madrugada de março de 2013. Já sobre Paula Toller, ex-vocalista do Kid Abelha, confesso que não tinha muitas notícias desde 2002, quando o trio lançou aquele fatídico "Acústico MTV".

Pois muito que bem: pesquisando na internet, descobri que o Kid Abelha encerrou suas atividades em 2016, nada muito grave, às vezes as bandas precisam acabar quando ficam muito tempo longe dos radares. Talvez estejam descansando a boa imagem para um retorno à la Sandy & Júnior daqui uns anos, muito embora os adolescentes que gostavam de Kid Abelha já estejam precisando fazer as contas da aposentadoria, independentemente da aprovação da nova previdência no congresso.

Mas tergiverso. O ponto aqui é que Paula Toller lançou uma cover de "Céu Azul", conforme avisei no primeiro parágrafo, e esse choque de titãs, não a banda do Nando Reis, que nem está mais lá, mas Toller e Chorão, não poderia ser mais esquisito. A cantora pegou tudo o que a música tinha de mais pitoresco, que era um skatista refletindo sobre a cor do céu, e transformou em lounge music disfarçada de folk, pois não tem batida eletrônica, só violãozinho.

A música fez parte do show "Como Eu Quero", que assombrou São Paulo no final de 2017 e ganhou as plataformas digitais em fevereiro de 2018. Ou seja, faz bem mais de um ano, e ninguém foi às ruas, não vi ninguém comentando sobre isso na padaria que frequento, nem um único taxista reclamou da situação. Tudo graças à sequência acachapante de fatos bizarros antes, durante e depois das eleições, e todas as cortinas de fumaça que se impõem na pauta diária desde que o novo governo assumiu.

De qualquer forma, duvido que o amigo leitor seja capaz de cantar "hoje ninguém vai estragar meu dia" depois de ouvir o que tenho para mostrar.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.

Sobre o autor

Entusiasta e divulgador da cultura muito popular. Escreve sobre os intrigantes fenômenos da TV e da internet desde 2002