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Liga da Justiça apela para a nostalgia em busca do prestígio perdido

Chico Barney

01/04/2019 20h05

 

Uma ponte para o passado (Imagem: Reprodução)

Ninguém está livre de passar por maus bocados depois de um passo em falso. O que não poderíamos prever é que a DC faria uma sucessão tão vigorosa de equívocos em sua investida cinematográfica. Dentre os erros mais destacados, certamente está o filme da "Liga da Justiça" –cujo fracasso monumental tratou de encerrar os devaneios a respeito da construção de um universo compartilhado à moda da Marvel.

Com a moral em baixa, a empresa tratou de usar sua divisão de quadrinhos para tentar dar uma injeção de ânimo nos fãs da equipe. Afinal de contas, trata-se da reunião de alguns dos super-heróis mais famosos e queridos do planeta, que já tiveram muitas versões extremamente bem sucedidas.

No comando do barco, guiando os roteiros com a imprecisão que lhe é peculiar, Scott Snyder, famoso por uma longeva fase do Batman. A arte é do interessantíssimo ilustrador Jorge Jimenez, que ganhou certa fama nas rodinhas nerds graças ao trabalho na revistinha que colocava o filho de Bruce Wayne e o filho de Clark Kent em enrascadas para lá de divertidas.

A dupla resolveu fazer um resgate conceitual muito interessante. Para fazer os fãs superarem a má fase depois do filme de tão triste memória, Snyder e Jimenez roubaram elementos que se tornaram icônicos na trajetória do time.

Do desenho animado "Liga da Justiça Sem Limites", pegaram a formação. Batman, Superman e Mulher-Maravilha estão combatendo o bom combate ao lado de Ajax, Aquaman, Mulher-Gavião, Flash e o Lanterna Verde mais conhecido como John Stewart.

A saudosa Liga do SBT (Imagem: Reprodução)

A nostalgia continua com elementos de outra série de animação, a saudosa "Super-Amigos". Uma descrição moderna da famigerada Sala de Justiça abre o capítulo inicial da nova saga. Para completar, os algozes dos heróis fantasiados são reunidos em uma nova Legião do Mal, com direito a Lex Luthor usando aquela escalafobética armadura roxa.

Snyder tenta modernizar esse caldeirão de velharias com o tom leve e bem humorado que marcou a passagem de Brian Michael Bendis no gibi dos Vingadores –e que depois seria base para todo o Universo Cinematográfico da Marvel.

Vestido para matar! (Imagem: Reprodução)

Assim sendo, o projeto ainda carece de personalidade própria, mas certamente é uma belíssima evolução. Pelo menos estão se inspirando em coisas que deram certo, em vez de continuar investindo nas ideias de Christopher Nolan ou Zack Snyder.

SERVIÇO: Liga da Justiça nº 1, com todas essas "novidades", foi lançada na semana passada no Brasil pela Panini.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.

Sobre o autor

Entusiasta e divulgador da cultura muito popular. Escreve sobre os intrigantes fenômenos da TV e da internet desde 2002