Liga da Justiça apela para a nostalgia em busca do prestígio perdido
Ninguém está livre de passar por maus bocados depois de um passo em falso. O que não poderíamos prever é que a DC faria uma sucessão tão vigorosa de equívocos em sua investida cinematográfica. Dentre os erros mais destacados, certamente está o filme da "Liga da Justiça" –cujo fracasso monumental tratou de encerrar os devaneios a respeito da construção de um universo compartilhado à moda da Marvel.
Com a moral em baixa, a empresa tratou de usar sua divisão de quadrinhos para tentar dar uma injeção de ânimo nos fãs da equipe. Afinal de contas, trata-se da reunião de alguns dos super-heróis mais famosos e queridos do planeta, que já tiveram muitas versões extremamente bem sucedidas.
No comando do barco, guiando os roteiros com a imprecisão que lhe é peculiar, Scott Snyder, famoso por uma longeva fase do Batman. A arte é do interessantíssimo ilustrador Jorge Jimenez, que ganhou certa fama nas rodinhas nerds graças ao trabalho na revistinha que colocava o filho de Bruce Wayne e o filho de Clark Kent em enrascadas para lá de divertidas.
A dupla resolveu fazer um resgate conceitual muito interessante. Para fazer os fãs superarem a má fase depois do filme de tão triste memória, Snyder e Jimenez roubaram elementos que se tornaram icônicos na trajetória do time.
Do desenho animado "Liga da Justiça Sem Limites", pegaram a formação. Batman, Superman e Mulher-Maravilha estão combatendo o bom combate ao lado de Ajax, Aquaman, Mulher-Gavião, Flash e o Lanterna Verde mais conhecido como John Stewart.
A nostalgia continua com elementos de outra série de animação, a saudosa "Super-Amigos". Uma descrição moderna da famigerada Sala de Justiça abre o capítulo inicial da nova saga. Para completar, os algozes dos heróis fantasiados são reunidos em uma nova Legião do Mal, com direito a Lex Luthor usando aquela escalafobética armadura roxa.
Snyder tenta modernizar esse caldeirão de velharias com o tom leve e bem humorado que marcou a passagem de Brian Michael Bendis no gibi dos Vingadores –e que depois seria base para todo o Universo Cinematográfico da Marvel.
Assim sendo, o projeto ainda carece de personalidade própria, mas certamente é uma belíssima evolução. Pelo menos estão se inspirando em coisas que deram certo, em vez de continuar investindo nas ideias de Christopher Nolan ou Zack Snyder.
SERVIÇO: Liga da Justiça nº 1, com todas essas "novidades", foi lançada na semana passada no Brasil pela Panini.
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
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