Sandy e Júnior são ridículos e esse é o melhor elogio que alguém pode fazer

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Sandy e Júnior são ridículos! Suas músicas não passam de concatenações pré-fabricadas com o único intuito de emocionar corações imberbes e fazer girar a roda da economia.

Nunca passaram de meros produtos, servindo apenas para vender chicletes, lancheiras e mochilas. Discos, revistas e ingressos de cinema. Fizeram com que diferentes gerações caíssem no eterno conto do vigário do amor romântico e do capitalismo descompromissado. Seus fãs são vítimas de um sistema que corrompe e oprime.

Sandy e Júnior esvaziaram a cultura nacional ao buscar lá fora referências estéticas e estilísticas que nem sempre tiveram o gingado certo para cruzar o nosso chão. Pode ter funcionado com a música da Celine Dion com os BeeGees, talvez até com os Power Rangers, mas quem lembra sabe que o futuro pós-distópico do filme "Acquária" provou que não era uma fórmula infalível.

Entre erros e acertos, Sandy e Júnior mantiveram uma constante: o ridículo. De "Maria Chiquinha" até Marcelo Camelo cantando "no outono é sempre igual", sempre foram terrivelmente ridículos. Como foram Michael Jackson, Madonna, Anitta, Tom Jobim, o Papa, Joelma e Chimbinha. Essa é a mediatriz da produção artística mundial desde os primórdios de nossa existência.

E não só eles, mas somos todos muito ridículos. O universo da cultura pop foi perspicaz ao perceber nossa inconsolável condição e inundar nossas vidas com ainda mais elementos absolutamente patéticos. Por mais que hoje existam os algoritmos e a inteligência artificial, tudo isso é obra da nossa propensão ao ridículo.

É por isso que o retorno de Sandy e Júnior comove tanta gente e em níveis tão eloquentes. Você é o que consome. E só consome coisas ridículas, pois é ridículo também. Pegar uma fila virtual e ocupar o 240.948º lugar, sair de casa com meses de antecedência para acampar na frente do estádio onde ocorrerão os shows. Tudo isso é tão besta quanto o refrão de "Vamos Pular" ou o próximo filme dos "Vingadores" e, sem qualquer sombra de dúvida, a sua própria existência.

Sandy e Júnior são ridículos! Merecem ser celebrados justamente por isso.

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