Salmo 23 na rodoviária: "A Dona do Pedaço" é a novela bíblica da Globo?

Foto: Reprodução
"A Dona do Pedaço" continua divertidíssima. Em seu segundo capítulo, mostrou as consequências do tiro que o personagem de Marcos Palmeira levou na igreja, cortesia da matriarca rival vivida Fernanda Montenegro. Leia o texto sobre a estreia.
Walcyr Carrasco desconhece qualquer sutileza. Escreve com a mão pesada, levando a exageros que podem irritar quem espera alguma naturalidade no texto e nas situações, mas garantindo ótimo entretenimento para quem prestigia novelas pensando em usufruir de um passatempo descompromissado.
No episódio de segunda-feira, usou o clássico discurso dos padres em casamentos para telegrafar que o mocinho seria baleado durante a cerimônia. Os personagens de Marcos Palmeira e Juliana Paes estavam prestes a se casar. O texto falava sobre "laços de sangue" e terminava com "até que a morte os separe", é claro. Foi nesse momento que Fernanda Montenegro, ou melhor, a personagem que ela interpreta, avó da personagem de Paes, deu um tirambaço de escopeta no noivo.
E parece que "A Dona do Pedaço" vai continuar com referências religiosas. No capítulo de terça, ficou a impressão que essa vai ser a mais bíblica das novelas da Globo, em um momento que a Record volta a investir nas tramas seculares.

Treta no Tietê (Foto: Reprodução)
A sobrinha de Juliana Paes na trama, e quando digo Juliana Paes na verdade me refiro a Maria da Paz, a mocinha que é interpretada por Juliana Paes, foi raptada pela família inimiga, mais especificamente o irmão do personagem de Marcos Palmeira, o noivo baleado pela avó da noiva. A jovem garota estava marcada para morrer, vingança por conta do atrito na igreja, mas o cara não teve coragem e entregou a criança para um convento. As freiras vão tentar resolver o lado da menina.
Como gancho para o terceiro capítulo, Juliana Paes (você entendeu), com medo de ser assassinada pela família do noivo moribundo, fugiu da fazenda escondida embaixo de um carro em movimento e partiu rumo a São Paulo. Chegando na Rodoviária do Tietê, recitou o Salmo 23, um dos mais famosos da Bíblia. Tem aquele trecho: "ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo."
Se isso não é um aceno ao grande público religioso, é pelo menos uma sacanagem com a rodoviária mais charmosa do Brasil, que está muito bem iluminada. Mas vamos ver o que vem por aí.
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
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